A prostituição, nos tempos modernos, redimensionou-se em negócio clandestino a
nível global.
Como o negócio da droga, o
tráfico de mulheres, sob controlo de poderosos interesses financeiros, não
difere do primeiro. O perfil da escória que o explora é idêntico, sendo comum a
concentração das duas actividades nas mesmas organizações criminosas.
Entidades credíveis, Amnistia Internacional
e OIT, estimam que os valores movimentados à
volta prostituição atinjam cerca de 32 mil milhões de
dólares.
O Instituto Europeu para a Prevenção e Controlo do Crime considera Portugal o país mais importante no
trânsito de prostitutas da América do Sul para Espanha, Holanda, Alemanha e
França. O mesmo Instituto estima em 500 mil o número de mulheres envolvidas neste
movimento dentro da Europa. As vítimas são, por norma, jovens pobres do Brasil,
da Colômbia, da Republicana Dominicana e mulheres, jovens ou mais maduras, dos
países do Leste.
Com este cenário de fundo, o
Parlamento Europeu está a debater a possibilidade das autoridades agirem pelo
caminho mais fácil e rentável na penalização pecuniária: criminalizar os
clientes de prostitutas de rua.
Afastados do ‘trottoir’, ficarão libertos
os clientes de contacto telefónico e de casas de certas damas, patroas de
jovens de traço sensual provocador e irresistível, frequentadas por homens, em
geral endinheirados, do mundo da política e dos negócios.
De resto, em tipos de crime estruturado,
é dos livros que actuar a jusante é, para as autoridades, muito mais fácil e cómodo do
que optar por acções eficazes a montante.
As redes de tráfico e os
promotores públicos do negócio, como ‘Correio da Manhã’. ‘Record’ e outros jornais ficam imunes. Quem tem dinheiro, tem poder e quem o não tem… é facilmente criminoso.
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