terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

CE e o governo português – o dolo político e socioeconómico

O patriótico PIN
Temos uma desafinada cantata, ou seja, um cantarolar, no caso, a meia voz, sem o cuidado de seguir a disciplina da letra ou da música; esta última, como metáfora de harmonia melódica, iguala a falta de estética dos ‘falsetes’ do PM de ‘tenor’ ou ‘barítono’ de frustrada voz – com quem um, Miguel Relvas, sempre fez coro.
Por oito vezes, oito vezes, o PM, Passos Coelho, no congresso perguntou:
A mesma interrogação poderia ser feita por José Sócrates na imaginária aprovação do PEC IV. Um e outro, e alguns são ‘farinha do mesmo saco’. E, da mesma farinha, é evidente que o ´pão’ é resultado da mesma massa; mal ou bem cozida, os efeitos de indigestão socioeconómica seriam, pelo menos, semelhantes: desemprego, pobreza, miséria e catanadas no Estado Social.
A CE, tão solidária com o FMI e naturalmente com o BCE, na política de consolidação orçamental, ainda que esta se traduza em eliminação de empregos, pobreza e até fome, veio hoje a público dar notícias pouco consistentes para a Zona Euro e, em especial para Portugal:
“Bruxelas especifica, no entanto, que as suas previsões para Portugal só serão consolidadas no decurso do processo da 11.ª avaliação da execução do programa de assistência económica e financeiro associado à ajuda externa que prossegue actualmente em Lisboa. Isso significa que as previsões avançadas agora para 2014 e 2015 – um crescimento positivo de 0,8% e de 1,5% respectivamente – são meras estimativas baseadas na anterior revisão do programa, em Dezembro.”
Há dúvidas, muitas dúvidas quanto a futuro imediato e a médio prazo para a Economia Portuguesa. Todavia, logo de seguida, Oli Rhen, depois da sauna, quiçá também de alguma vodka, veio garantir:
Este homem, nórdico e economista de um país em queda (Finlândia), justifica indirectamente que Maria João Avillez, à semelhança do que fez a Gaspar, escreva e mande editar um livro dos “magos contemporâneos” com as memórias do comissário. Se ele Rhen diz, é profecia divina.
O que de, facto, é lamentável é o povo português, conformista e mansarrão, continuar a acreditar nesta gente. Um exemplo: A CE programa que a criação de emprego em 2014 será de -0,4%. Criação de emprego ou de desemprego? Da cínica semântica de mascarar “criação” com “redução” é uma aleivosia sem classificação. À CE, mas também à Coelho e à Portas; ou à moda de ser ‘rapace’ nesta Europa e neste País dos tempos de irracionalidade do racional.
Bem podem Passos e Seguro esgrimir argumentos: ‘cautelar’ ou ‘saída limpa’? Ou reestruturamos à pesada dívida – mais pesada 40% do que no tempo de Sócrates – e continuamos a castigar os portugueses com elevados impostos (+ 10,4% ufana-se a idiota Albuquerque) ou, não sendo suficiente o castigo, provoca-se a morte mais cedo daqueles que, vivendo mais de 60 anos, têm de ser varridos das listas de reformados e pensionistas. Quanto a jovens, não há obstáculos: emigram em e à força!
Silva Lopes não está de acordo com a reestruturação. Retire-se! Ainda não quis perceber da impossibilidade de Portugal cumprir as condições e os prazos de regularização da dívida. Abdique das chorudas reformas de que usufrui ou então, como exemplar acto, suicide-se! 

2 comentários:

  1. Infelizmente no nosso país, e à semelhança de práticamente todas as democracias ocidentais instalou-se um paradigma falso de direita e esquerda. Aparentemente defendem doutrinas e ideiologias diferentes, mas assim que exercem a governação, são defensores do sistema económico-financeiro que nos domina. São em resumo faces diferentes da mesma moeda. Por alguma razão as mesmas políticas de austeridade são implementadas em todos os países europeus, independentemente do partido que esteja no poder. Enquanto as pessoas não reconhecerem de vez esta realidade, tudo continuará na mesma

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    1. Truthpolitiks, eu sou dos que reconheço essa realidade, mas com a passividade dos cidadãos é impossível fazer transformações profundas no sistema político que, como diz e bem, aglutina forças políticas opostas na retórica, mas idênticas na cumplicidade da viabilização do sistema. Infelizmente, como a História nos ensina, apenas com acções efectivas de combate é que a Europa mudará uma vez mais.
      Mas desta terão de derrubar políticos e destruir os líderes do sistema financeiro dominante - paraísos fiscais incluídos - a fim de eliminar quem nas praças financeiras transporta o mundo para esta brutal e desumana desigualdade. Fechem-se as fronteiras a essa aberração dos capitais da China 'comunista' e corrupta sobre a qual, por exemplo, o PCP nada diz ou até talvez a elogiará, como sucedeu com a Coreia do Norte.

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