Sou lisboeta. Da Rua dos
Sapateiros à da Madalena, as transversais da Vitória à Conceição, e outras
zonas próximas da Praça da Figueira e imediações da Avenida, têm sido objecto
de degradação da baixa lisboeta – uma imagem de sofrimento para quem ama os
símbolos históricos da cidade.
Coimbra, Lisboa, Porto e outras
cidades e vilas constituem o traço histórico com o passado da vida de
populações. Há patrimónios humanistas materializados em edificações e lojas,
algumas centenárias, em condenável extinção.
As autoridades, sejam do poder
central ou local, têm a obrigação da preservação desse património. Todavia, cedem,
submissos, a interesses financistas estrangeiros. Normalmente à ganância de corruptos
e, nos tempos que correm, oriundos de países emergentes.
Os símbolos do passado e os
ícones históricos ficaram à mercê do dinheiro da imundice. Mudança facilitada pelos
vistos ‘gold’ e outros instrumentos, de que se ufana o político mais demagógico
e desonesto intelectualmente – só? - da democracia, Paulo Portas – e Passos
Coelho, um homem sem vínculos de raiz ao País, é precioso avalista da sanha
destruidora.
Citemos países de origem de investidores
mais dinâmicos: Angola (133º), Rússia (127º), China (80º) e Brasil (72º), onde
prevalece o camartelo da corrupção impudente, à custa, afinal de contas, de
imensas populações de seres humanos, a viver na mais dura das misérias e
privadas de direitos elementares, como o direito à alimentação e a cuidados
mínimos de saúde – os ordinais entre
parêntesis indicam a classificação de cada país citado no ‘ranking’ da Transparency Internacional
(Portugal está no 33º ligar).
Um
grupo russo, assessorado por João Pereira Rosa, ex-presidente da Associação
Lisbonense de Proprietários, desleal aos interesses nacionais, denunciou o
contrato de arrendamento da histórica ‘Ginginha – Eduardino’, com 120 anos de
existência e que é, como outras raridades, um estabelecimento emblemático e de
interesse turístico da cidade.
Os menos culpados nesta trama são
os russos. O sangue contaminado pelo vírus da Máfia tem origem na sua terra e
aí deveria ser julgado.
Analisadas as causas em terra
portuguesa, as responsabilidades começam na ‘lei do arrendamento’ da angolana
Assunção Cristas – pertence à leva de retornados na governação actual – e com
muita gravidade ao presidente da CML, António Costa, assessorado pelo
privilegiado vereador Manuel Salgado, primo de outro baptizado pelo sacrossanto
sal da banca.
Se é que o PDM ainda tem está
vivo, espero e apelo para que a CML ponha os pontos nos ‘is’. A não ser assim,
a outra Ginginha, no Largo de São Domingos, a Tendinha no Rossio, a Brasileira
do Chiado, o Café Martinho (de Fernando Pessoa), serão jóias tratadas como ‘lixo’,
como sucedeu no passado aos Irmãos Unidos, a outros restaurantes e tascas que,
do Martim Moniz à Rua dos Correeiros, se esfumaram por corruptos incendiários,
com a lamentável conivência de políticos, da esquerda à direita.
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