Ainda estou por entender por que
certas figuras críticas do governo elogiam Paulo Macedo, ex-bancário e ministro
da saúde. Clara Ferreira Alves, por exemplo, é uma das fãs a quem ouvi elogios
no ‘Eixo do Mal’, a despeito de desancar forte e feio no governo.
Paulo Macedo, tranquilo na comunicação
verbal e servindo-se de uma lógica nublada, cativa simpatias; no fim, acaba
sempre por vender a imagem do sábio gestor, de intenções e processos límpidos e
adversário de negociatas menos transparentes no ministério que dirige.
Em contradição com este perfil do
ministro, sabe-se que, sem concurso, foi adjudicado em Janeiro a uma tal Aida Chamiça, prestadora de
serviços de ‘coaching’, um contrato válido por 4 meses e que servirá 30 pessoas
das TIC’s do Ministério da Saúde, através de ‘workshops’ de planeamento, gestão
de tempo e assertividade, gestão de conflitos e formação em situações de
stress.
O
encargo a pagar à Chamiça é de 74.500 euros, excluindo IVA. Em 2013, por
outra prestação de serviços de 6 meses, a mesma Chamiça cobrou 38.500 euros.
A eficácia do ‘coaching’ é ainda
muito controversa. Neste
artigo da Harvard Business Review, último parágrafo, pode ler-se:
‘Coaching’ como uma ferramenta de negócios continua a ganhar legitimidade, mas os fundamentos da indústria estão ainda em desenvolvimento. Neste mercado, como em tantos outros hoje, o velho princípio ainda se aplica: o comprador seja cauteloso!
Depois
da negociata, igualmente sem concurso, de 74.000 euros pagos por decisão de
Cunha Ribeiro, presidente da ARSLVT, à empresa um amigo, o médico Miguel de
Oliveira e da ex-chefe de gabinete de Miguel Macedo, Rita
Abreu Lima, é irrefutável que o Ministério da Saúde é, de facto, um centro
de negociatas. Tudo, sob o comando e autorização do tal ministro exemplar na
clareza e deveras admirado.
Se uns o admiram, a mim os
estratagemas de Paulo Macedo e colaboradores não me surpreendem.
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