O Banco de Portugal, além de asilo luxuoso, é rampa de lançamento para carreiras de crescente sucesso. Os casos são em número tal que, diria, tendem matematicamente para o infinito. Pode-se adiantar exemplos: uns são nomeados ministros, outros transformam-se em banqueiros, outros partem para elevados cargos no estrangeiro, do FMI ao BCE, e há mesmo quem chegue ao Palácio de Belém.
Em circunstâncias habituais, transitar de vice-governador do BdP para a presidência da CGD é, pois, um fenómeno natural. É mera mudança de asilo. Também é absolutamente natural asilar no banco público quem serviu o PS de Guterres e depois perorou intensamente o Coelho. Continua a ser normal que o até aqui presidente da CGD passe a manter-se asilado nesse albergue como 'chairman', depois de exercer uma presidência muito gratificante e, lembre-se, precedida da extinção do IPE que o indemnizou com generosidade.
Todavia, para certas criaturazinhas, o fundamental é que o brutal aumento dos transportes a depauperar depenados bolsos é medida que favorece a mobilidade das famílias e das empresas. Se vivessemos numa sociedade justa, de crimes e castigos, também seria normal decretar que um indivíduo destes andasse a "penantes" até provar o rigor científico de tão sábia teoria. O homem morreria de pé e sempre a andar. Eu, porém, sou contra a pena de morte e, além do mais, a sorte protege os idiotas.
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