O BIC, banco de capitais maioritariamente angolanos, liderado por este homem, comprou o BPN por 40 milhões de euros. Todavia, segundo o noticiado, os adquirentes beneficiarão ainda do pagamento pelo Estado Português de indemnizações a perto de 800 trabalhadores, por cessação dos contratos de trabalho.
A receita da venda tinha de ser necessariamente mínima, assim como eram incontornáveis os encargos do Estado com a dispensa de pessoal. Ambas as condições estavam estabelecidas nos pontos 2.10 e 2.11 do memorando da troika, de 17 de Maio de 2011.
Sócrates, diz também a notícia, aplicou 2,4 mil milhões de euros, numa operação desastrosa e que, bem-feitas as contas, ainda se ampliará. Politicamente, já pagou pelo erro.
Porém, em termos de responsabilidades pelo desastre BPN, não fique o pessoal 'laranja' a distrair-nos com todas as culpas sobre o anterior primeiro-ministro. Sim, é imperioso haver justiça, actuando também em relação a quem cometeu crimes graves na criação e gestão do banco agora alienado. Por acaso, um grupo de militantes e ex-governantes do PSD, de que lembro Oliveira e Costa, Dias Loureiro e Arlindo Carvalho. Ainda por acaso, sim só por acaso, todos integraram equipas governativas de Cavaco Silva que, de resto e ao que consta em companhia da filha, foi um accionista esporádico, e beneficiário de relevante ganho financeiro, deste malfadado BPN; o qual, parece, nasceu para deleite de mãos que nos esgaçam.
A Sr.ª Ministra da Justiça, que é pessoa desenvolta, se estiver para aí virada, diligenciará junto do 'sistema judicial' o rápido avanço do processo em tribunal contra os responsáveis pelo crime BPN. A Comissão de Inquérito Parlamentar fez o seu trabalhinho à vista de todo o País e quanto a tribunais nada sucedeu que se veja. Porquê? Por serem gente grada do PSD? Só faltava essa.
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