domingo, 10 de julho de 2011

Prof. Marcelo, o Provedor do Presidente

Sou um telespectador muito contido quanto a programas e tempos diante da TV. Os comentários do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa (MRS), há tempos na RTP1 e agora na TVI, é dos programas proscritos. A falta de isenção, aparte de um desfilar de palpites falsos e previsões falhadas, é o motivo central da proscrição.
Todavia, mesmo não vendo, nem sempre escapo às tiradas de MRS, uma vez que o homem é sempre notícia.
Assim, acabo de ler aqui que o Professor lamentou que os partidos não tenham poupado Cavaco na reacção à Moody's. De tanto proselitismo na defesa do seus ídolo, MRS nem se dá conta de que  está a demonstrar algumas incoerências:
1. Que o PR não tenha autonomia em relação aos partidos e não possa manifestar-se sobre as agências de rating, para além das opiniões vinculativas de cada partido;
2. Que é negativo que o PR tenha criticado agora a Moody's, quando há alguns meses nada disse, na altura em que Cavaco enalteceu as agências de rating e incentivou o governo português a fazer o seu trabalho sem as contestar.
Por último, o Prof. Marcelo fingiu não perceber - lá perceber, percebe ele e bem - que o Presidente Cavaco Silva tem uma cumplicidade com o actual governo de tal à ordem, que até os Ministros têm reuniões de rotina em Belém, além do encontro semanal com o Primeiro-Ministro - os Ministros da Economia e o dos Negócios Estrangeiros foram dos últimos a ser ouvidos.
Portanto, o PR, Passos Coelho ou Paulo Portas, qualquer deles, além de legitimidade, está empenhado na defesa da coligação PSD-CDS. E o Professor sabe-o perfeitamente. Daí que o lamento televisivo não deixe de ser dos normais 'faits divers' do comentador Marcelo.

2 comentários:

  1. E eu que julgava que apenas eu me apercebia dessa estreita ligação entre os ditos...tão estreita que já fez perder a vergonha ao comentador Marcelo.

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  2. Apesar das auto-estradas, IC's e outras vias rodoviárias modernas, estamos sujeitos a estreitos becos e vielas. Às largas avenidas apenas podem aceder os iluminados do poder e os seus mais próximos. Não pagam portagens e, na volta, ainda recebem caché pelo "serviço público" que prestam. Não prestando, eles próprios, para mais nada do que nos infernizar a vida.

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