quinta-feira, 28 de julho de 2011

Ora aí está: a derrapagem da IMPRESA

Publicado o 'post' anterior, "De espião a espiado", eis que surgem notícias a divulgar considerável derrapagem da IMPRESA, grupo de comunicação social dirigido por Francisco Pinto de Balsemão; grupo que integra meios de prestígio como o 'Expresso', a 'Visão' e os diversos canais SIC, entre vários outros.
A luta frenética a que aludi, entre Nuno Vasconcelos, também accionista da IMPRESA, e Balsemão, é naturalmente fruto da crise que atinge as empresas geridas sob responsabilidade do Dr. Balsemão.   
Com efeito, a IMPRESA, no 1.º semestre, teve um resultado negativo, - 32,6 milhões de euros, comparáveis com + 3,3 milhões em período homologo de 2010. O EBITDA (resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) também desceu de 14,6 milhões para 8,6 milhões; uma quebra de 41,10%. Porém, para certos analistas, o EBITDA é indicador de valor relativo, atendendo ao facto de se tratar um parâmetro que ignora os juros, ou seja, os 'custos de financiamento' em que normalmente as empresas incorrem, por recurso a capitais alheios.
Compreendo a preocupação do Dr. Balsemão em tranquilizar os trabalhadores do grupo. Todavia, ao justificar os prejuízos com uma operação contabilística de "imparidades", o presidente da IMPRESA está a confirmar que as contas oficiais da empresa passaram a registar uma desvalorização potencial e efectiva de activos e, consequentemente, uma redução do valor patrimonial.
Passos Coelho necessita de aplicar forte perícia de equilibrista, se está, de facto, equidistante em relação a Balsemão e a Vasconcelos. Se, como consta, a tendência for para o favorecimento da ONGOING na privatização da RTP, a IMPRESA deparar-se-á com sérios obstáculos à sustentabilidade e o Dr. Balsemão terá de procurar ajuda algures; talvez no Brasil, através da GLOBO. Ou então, a IMPRESA já era e a partida de títulos como o 'Expresso' seria um fenómeno de empobrecimento da nossa comunicação social. 

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