Sempre respeitei pessoas alinhadas por opções e ideias políticas, distintas das minhas; em especial, gente de carácter e tolerante, mas firme nas convicções, caso de Maria José Nogueira Pinto. Partiu uma mulher inteligente, desassombrada e corajosa. Às vezes combatida de forma traiçoeira e vil, no seu próprio espaço político - Paulo Portas, Lobo Xavier e o deputado Helder Amaral do CDS devem estar com problemas de consciência, se é que os sentem.
Ao seu posicionamento de direita associava um empenho, não meramente assistencialista, na defesa dos direitos sociais e, em especial, do SNS. Recordo, a propósito, um debate em que interveio há uns anos na Torre do Tombo sobre a política de saúde em Portugal. Havia outros conferencistas, entre os quais Bernardino Soares do PCP. A certo momento, Maria José Nogueira Pinto virou-se directamente para o deputado comunista e afirmou categoricamente, mais ou menos isto: "Oh Bernardino, já vi que os únicos com capacidade e conhecimentos para falar aqui de saúde sou eu e você". Recebeu um aplauso unânime da plateia.
É verdade, Maria José Nogueira Pinto, que hoje partiu, era assim: frontal e transparente, mesmo que inquietasse os espíritos sectários e sinuosos de membros da sua família política.
Deixo expressa a minha singela homenagem a uma mulher de quem discordava em muitas matérias, mas cujas qualidades sempre admirei. Disse-o sempre e não apenas agora, porque faleceu.
Partiu de entre nós uma grande mulher.
ResponderEliminarMaria José Nogueira Pinto, quer como "política", quer como ser humano, devia servir de exemplo a esse bando de farropilhas que são as elites dominantes do PSD. Infelizmente... ...
Que descanse em paz.
À maioria do bando não lhes convém seguir o exemplo.
ResponderEliminarA morte de Maria José Nogueira Pinto é, de facto, uma perda para a classe política portuguesa, já tão depauperada de gente de valor.