Inflação Homóloga Negativa em Fev-2014 ( - 0,1%) |
Certamente é propositado. Da
agenda propagandística do governo, excluem-se os insucessos
económico-financeiros. O crescimento a ritmo intenso da dívida pública e as
elevadas taxas desemprego constituem temas a que, apenas quando forçados, não
se furtam a debater, quer os governantes, quer os deputados da maioria – cite-se,
entre estes últimos, o jovem Menezes a escalar a vertente do “monte negro”, de
bordão na mão, para amparar a falácia de que o País está melhor, os portugueses
é que não sentem.
Um problema ameaçador para Portugal
e a Zona Euro é o risco da deflação, fenómeno já focado neste ‘post’.
Causa considerável inquietude ao Sr.
Draghi desde há algum. Todavia, apesar do risco em agravamento como
demonstra o gráfico, as autoridades portuguesas ignoram-no no discurso
político.
A despeito de desprezada, é de
facto uma situação muito complexa que, por exemplo, os japoneses sofreram com dureza no período de dez anos. Os efeitos na depauperação económica e social, num País como
Portugal, já muito fragilizado, justificariam políticas anti
deflacionárias.
Todavia, nas condições do modelo
da união económica e monetária da Zona Euro, logicamente temos também neste
caso de prescindir da nossa soberania. Apenas O BCE tem capacidade de tomar
medidas a contrariar a tendência que, de resto, é abrangente em termos europeus
– o poder está, pois, nas mãos de Draghi que terá de levar a 0 (zero) a taxa de
juro de referência do BCE, ou mesmo a taxas negativas.
Sem sensibilizar os portugueses
para o risco de nova desgraça sobre a desgraça agora sentida, valerá a pena ter informação, a
este propósito, do que se passa na também desvalida Grécia,
país onde há 11 meses consecutivos a taxa de inflação é negativa; forma eufemística
de dizer que, dado ter decorrido quase um ano, o povo grego está ser castigado
pela deflação, normalmente redutora da actividade económica e do crescimento do
desemprego a níveis intensos – o
Eurostat quantificou-o em 27,5% em Dezembro de 2013.
Salvo os povos ricos do Norte, e em especial a Alemanha que beneficiou de ajudas muito, muito generosas, a Europa de hoje, a tal da coesão económica e social, que nos impingiram é, de facto, este palco de injustiças e de sofrimento de milhões de seres humanos.
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