quarta-feira, 12 de março de 2014

A deflação, o desastre que o governo de Passos jamais refere

Inflação Homóloga Negativa em Fev-2014 ( - 0,1%)
Certamente é propositado. Da agenda propagandística do governo, excluem-se os insucessos económico-financeiros. O crescimento a ritmo intenso da dívida pública e as elevadas taxas desemprego constituem temas a que, apenas quando forçados, não se furtam a debater, quer os governantes, quer os deputados da maioria – cite-se, entre estes últimos, o jovem Menezes a escalar a vertente do “monte negro”, de bordão na mão, para amparar a falácia de que o País está melhor, os portugueses é que não sentem.
Um problema ameaçador para Portugal e a Zona Euro é o risco da deflação, fenómeno já focado neste ‘post’. Causa considerável inquietude ao Sr. Draghi desde há algum. Todavia, apesar do risco em agravamento como demonstra o gráfico, as autoridades portuguesas ignoram-no no discurso político.
A despeito de desprezada, é de facto uma situação muito complexa que, por exemplo, os japoneses sofreram com dureza no período de dez anos. Os efeitos na depauperação económica e social, num País como Portugal, já muito fragilizado, justificariam políticas anti deflacionárias.
Todavia, nas condições do modelo da união económica e monetária da Zona Euro, logicamente temos também neste caso de prescindir da nossa soberania. Apenas O BCE tem capacidade de tomar medidas a contrariar a tendência que, de resto, é abrangente em termos europeus – o poder está, pois, nas mãos de Draghi que terá de levar a 0 (zero) a taxa de juro de referência do BCE, ou mesmo a taxas negativas.
Sem sensibilizar os portugueses para o risco de nova desgraça sobre a desgraça agora sentida, valerá a pena ter informação, a este propósito, do que se passa na também desvalida Grécia, país onde há 11 meses consecutivos a taxa de inflação é negativa; forma eufemística de dizer que, dado ter decorrido quase um ano, o povo grego está ser castigado pela deflação, normalmente redutora da actividade económica e do crescimento do desemprego a níveis intensos – o Eurostat quantificou-o em 27,5% em Dezembro de 2013.
Salvo os povos ricos do Norte, e em especial a Alemanha que beneficiou de ajudas muito, muito generosas, a Europa de hoje, a tal da coesão económica e social, que nos impingiram é, de facto, este palco de injustiças e de sofrimento de milhões de seres humanos. 

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