O secretário de Estado dos
assuntos fiscais, o centrista Núncio, concebeu com a ministra Albuquerque inovadora
solução para combater a evasão fiscal: criar
um cartão específico para, de forma automática e por leitor de código de barras,
transmitir o NIF para a factura do café, da refeição, do penteado ou corte
de cabelo e dos arranjos de viaturas.
Os contribuintes, como se sabe, têm
dois prémios: (1) deduzem no
IRS 15% do IVA pago nos referidos até ao limite anual, creio, de € 750,00
(o anúncio deste valor não foi explícito); (2) candidatar-se semanalmente a uma
viatura de alta gama, de valor estimado entre 40.000 a 50.000 euros.
Como princípio, defendo o combate
à evasão fiscal. Contudo, para agir em sintonia com tal preceito, exijo
reciprocidade por parte do Estado, em termos de justiça fiscal. E, neste
domínio, o governo PSD+CDS comete atentados atrás de atentados aos rendimentos
de reformados, pensionistas e activos que retiram aos governantes qualquer
moral de exigir o cumprimento tributário exemplar por parte dos cidadãos. A falta de ética é um estigma do governo, até do ponto de vista fiscal.
Citem-se os exemplos da
Contribuição Extraordinária de Solidariedade, em vias de se tornar definitiva,
a redução de escalões de 8 para 5 em sede de IRS e ainda a sobretaxa de 3,5%
deste último imposto. E porque ainda é maior o esbulho, dissimulado nesta
hipócrita luta governamental à evasão fiscal, tome-se em atenção o seguinte
texto:
Os mais carenciados e a classe
média, que Passos Coelho asseverou fazer empobrecer, devem, de facto, colaborar
com um Estado na mão de intrujões?
Seria curioso saber quanto
deixaram de pagar de impostos em Portugal, os falsos patriotas e artificiosos
contribuintes Amorim, Soares dos Santos pai, e Belmiro, ontem muito badalados a
propósito da inclusão na lista dos mais ricos do mundo da ‘Forbes’, assim como
as empresas cujo capital social dominam.
A ‘saída limpa’ deste País deveria
ser limpar de uma vez por todas o nojento governo que temos, impedindo o acesso
ao poder de outro semelhante. Infelizmente, tudo isto é utópico. Pelo menos, do
meu ponto de vista.
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