Os
jornais accionaram a sirene fiscal e é impossível esquecer: a
intrujice teve início em 2010 pela voz do próprio Passos Coelho e está aqui
documentada. Milhares e milhares de portugueses visionaram o vídeo. É
difícil que todos tenham apagado o conteúdo da memória.
A irresponsabilidade de se
afirmar: “Este
programa está muito além do memorando de troika" é, só por si, denunciante
da premeditação para governar sem solidariedade e sentimentos de justiça social
pelo povo português – o que se poderia esperar, interrogo-me, de um cidadão que
em episódios de vida já tinha dados provas de ser cruel, retardatário no
ingresso na actividade profissional e oportunista em negócios
da Tecnoforma (‘Programa Foral’ com Relvas)?
Acerca do companheiro da
governação, Paulo Portas, é desnecessário estender a prosa. Do “Paulinho das
Feiras”, do partido, CDS-PP, dos contribuintes e reformados e do retractar do
pedido de demissão irrevogável, tudo identifica a figurinha que, no final das
contas, é mesmo um figurão.
O acesso ao poder, esse jogo de
ambições de Passos e Portas bem como dos seus acólitos, é a meta política que
quiseram e conseguiram atingir.
No fim de programa duríssimo de
austeridade do PAEF, agravado por medidas e políticas do ridículo Gaspar, o
governo chegou a uma situação de perturbação e paralisia.
O prometido paraíso é afinal o
inferno de abundantes insolvências, de elevada taxa de desemprego, da emigração
massiva de jovens e menos jovens, da quebra muito acentuada do investimento, da
substancial redução de rendimentos de reformados, pensionistas e trabalhadores
activos dos sectores público e privado – dos
2.408.881 reformados da CGA e pensionistas da Segurança Social, cerca de
1.900.000 auferem uma reforma/pensão média de 364 euros; ou seja, uma fortuna
que, para
certos idiotas, é mais uma herança dos governos socialistas.
Para relançar a economia que o ‘sistema
financeiro internacional’ lesou gravemente, e por onde a austeridade extrema agravou
a devassa dos tecidos produtivos em diversas áreas, o governo de Passos e
Portas não tem estratégia. Tem apenas uma táctica: conservar o poder, vincular o
PS à falta de estratégia e lançar mais medidas de austeridade.
Sou livre de filiação partidária.
Portanto, sinto dificuldades em cair no maniqueísmo usado pela direita para absolver
quem quer que seja desde a governação dos tempos de Cavaco como PM, este
incluído. O bloco central (PS e PSD, coadjuvado pelo CDS-PP) fez implodir com
estrondo e muita poeira as oportunidades de Portugal se desenvolver nos
sectores primário, secundário e terciário. Privilegiaram-se obras de fachada e
agora quem paga as múltiplas contas são, na maior parte, os cidadãos de menor
capacidade financeira. O Amorim, o Belmiro e o Soares dos Santos fazem contas
com o fisco holandês ou de outro país ou paraíso fiscal a quem devotam amor ‘monetário-pátrio’.
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