Os jargões irritam-me. Parte
significativa de jornalistas e comentadores económicos, se as bolsas tiveram
uma queda, e se estamos, por exemplo, a um fim-de-tarde de 5ª feira, vão-se
desenfreados aos títulos dos jornais ‘online’ ou à edição em papel e zás, força
no jargão:
“5ª Feira Negra”
Isto, mais a mais em Portugal, é partir do falso pressuposto de que a maioria do povo é investidora bolsista,
sentindo-se feliz ou infeliz, conforme as oscilações em alta ou em baixa das
cotações das acções dos Bancos e de outras sociedades do PSI-20 que pagam impostos na Holanda.
Quando, em vez de negra, ocorre
uma 5ª feira à luz das velas falam discretamente ou omitem mesmo a dimensão e as
implicações de dificuldades e reveses.
Hoje, por exemplo, tivemos uma “5ª Feira à Luz das Velas” e há temas
que a comunicação, além da divulgação difusa ou omissa, deveria informar com profundidade.
Vamos a factos:
O governo parece ter reagido com
surpresa e mal-estar – estava no ‘papo’ terá pensado a equipa governativa. O pior
é que o sinuoso Cavaco, um dia decide num sentido e no outro inverte inadvertidamente
a marcha, é personalidade instável, sujeita a bipolaridade. Apeteceu-lhe
embirrar com o governo e, sem hesitações, decidiu vetar uma medida exigida pela
‘troika’ que pretende sobrecarregar com + 1% o desconto dos trabalhadores do Estado para ADSE. Resolveu
alinhar com o movimento “Que se lixe a troika!” e, assim, pouco se falou do
manifesto da reestruturação da dívida, em especial do afastamento de Sevinate
Pinto e Vítor Martins.
O governo reagiu como é habitual:
teimando. Ao que se diz, vai enviar o diploma tal qual para a AR e, pensam
Passos e Portas, o PR acabará por promulgá-lo.
Economia irlandesa contraria expectativas dos economistas e contrai 2,3% no 4º T - 2013
Divina bússola orientadora da nossa caminhada para a felicidade e inspiradora da ‘saída limpa’ de Passos Coelho, a Irlanda modelar e amiga deu um trambolhão enorme no desempenho económico no último trimestre de 2013 – estava programado um crescimento de + 1,0% e, afinal, o PIB caiu – 2,3%. É obra.
Divina bússola orientadora da nossa caminhada para a felicidade e inspiradora da ‘saída limpa’ de Passos Coelho, a Irlanda modelar e amiga deu um trambolhão enorme no desempenho económico no último trimestre de 2013 – estava programado um crescimento de + 1,0% e, afinal, o PIB caiu – 2,3%. É obra.
Se o FMI que trabalhou arduamente
na previsão não falhou – o FMI nunca falha! – pergunta-se afinal quem cometeu o
erro? Lida a notícia, fica a saber-se que a responsabilidade da queda isenta todo
e qualquer economista ou ministro, mesmo o das finanças que ontem, salvo erro,
esteve em Portugal em alegre confraternização com o nosso PM.
Fica a saber-se também que as culpas se
centram na indústria farmacêutica – estou a escrever com seriedade e em
respeito pelo que li. Penso, e isto já é congeminação minha, que na ‘Pfizer’
irlandesa o equipamento de produção e de embalamento do ‘Viagra’ teve uma grave
e prolongada avaria; de tal intensidade que imediatamente, no trimestre, se
regista uma quebra do PIB de - 3,30% = [(+1,0%)-(-2,30%)] em relação ao previsto. Aos complexos
problemas de impotência sexual de parte dos irlandeses e de cidadãos de países
destinatários da exportação do ‘Viagra’, junta-se este desgraçado tombo do PIB.
É tudo a cair para baixo, como dizia o outro.
Não somos a Grécia. Se deixarmos
de ser a Irlanda, afinal quem somos nós? Estamos à beira de crise do antiépico?
Basta de crises!
Segundo informação fiável – Investing.com
– os juros portugueses hoje fixaram-se em 4,617%. Lá lixaram as contas ao
Manchete. Sim, porque para ele, é muito estimulante acertar no volátil jogo dos
juros, como quem joga no Euromilhões.
Entretanto, na comunicação social, ao contrário do que
sucede nas descidas, não li nem uma palavra. Refiro-me aos diversos órgãos de imprensa
que leio diariamente.
Um post com muita luz!
ResponderEliminarÉ a luz do nosso do nosso encadeamento.
ResponderEliminarUm abraço
CF