“A opinião que conta” é a divisa usada por Maria João Ruela para apresentar Luís Marques Mendes, no telejornal das 20h00 de Sábado.
A SIC, creio, pretende com “esta opinião que conta pouco, digo eu” concorrer com a TVI nos comentários políticos de fim-de-semana com o outro rábula televisivo, e igualmente ‘laranja’, Marcelo Rebelo de Sousa.
A despeito de se poderem unir sob a classificação de rábulas, há uma enorme diferença de capacidades entre as duas figuras. Marcelo é um actor – atente-se no espectáculo da intervenção no congresso do PSD.
O outro, Mendes, também estava lá. Porém, com o receio próprio de quem se sente incapaz, nem tugiu nem mugiu. Sentou-se ao lado de Passos Coelho, chegando ali com o estilo de videirinho que lhe é reconhecido.
A especialidade de Marques Mendes não é claramente subir a um palco e falar e mobilizar multidões. É um comunicador de pequenos espaços, de cantos e recantos de restaurante, de telefonadelas para saber: – O que é que se anda para aí a dizer disto e daquilo e quem são os mais falados?
É, portanto, o tipo de militante-comentador de ‘Jornal de Caserna’ que chega ao Sábado aos estúdios da SIC e diz com ar de alcoviteiro: – Sabem quem vai para aqui, eu garanto que o primeiro é este e o escolhido para segundo é aquele – de enfiada prossegue – e mais o 7º lugar nas listas da “Aliança Portugal”, do CDS, não será para Diogo Feio, mas para uma mulher… – porra!, não consegui saber o nome dela, diz de si para si.
Se ao Domingo na TVI temos a aldrabice com elegância, ao Sábado na SIC a opinião conta para a nossa ignorância.
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