O governo, na alucinação neoliberal
de entregar ao divino mercado patrimónios de indubitável interesse nacional e,
em alguns casos, inclusivos de serviços sociais de apoio a populações isoladas,
decidiu privatizar os CTT – veja-se a EDP, a TAP e outras sociedades do SEE com
valor estratégico para o País, as quais Passos e Portas, em actos de
antipatriotismo, deliberam alienar a estrangeiros. O Estado português fica
ainda mais pobre, a economia e as contas públicas também, em função
remunerações de capitais exportadas para os novos accionistas estrangeiros.
A maioria do capital dos CTT foi
objecto de abstrusa venda a sociedades e fundos de investimento estrangeiros, muito
embora a empresa tivesse registado um lucro em 2013 de 61 milhões, i.e., mais
70,7% do que os 35,7 milhões de resultados positivos no ano de 2012.
Os CTT já haviam encerrado várias
estações, com grave prejuízo para populações idosas do interior. Não constituía
qualquer problema financeiro para o Estado. Antes pelo contrário, contribuía
positivamente para as contas do SEE-Sector Empresarial do Estado.
Neste cenário, e mediante um acto
de tirania ao estilo “bokassiano”, a actual administração dos CTT
recusa-se a aumentar os trabalhadores que, sem razão de qualquer espécie, têm
os salários congelados desde 2010. Há que remunerar bem a famosa e famigerada
Goldman Sachs e outros investidores, nada restando para quem verdadeiramente
assegura há anos o funcionamento de uma sociedade lucrativa.
Com o arrojo de intrujão que lhe
é peculiar, há dias, ladeado pelo Dr. Balsemão, sócio nº 1 do clube ‘laranja’,
Passos Coelho afirmava:
Estas e outras falsas declarações
foram feitas na comemoração do 40º aniversário do PSD nas Caldas da Rainha. Asseverou
mesmo que o PSD é, nas suas mãos, um partido-social democrata autêntico. Autêntico?
Só se for das Caldas e, portanto, de barro; sim, porque a baixela que está ao
serviço é neoliberal e de fina cerâmica.
Ah e o Arnaut! Esse, sem nunca
ter realizado sequer um ‘scientific paper’ de Corporate Finance ou de qualquer
matéria da área financeira, passou a integrar o conselho consultivo
internacional do banco norte-americano Goldman Sachs… ao lado do ex-presidente
do Banco Mundial, Robert Zoelick, pois então. José Luís Arnaut é alto, tem
estatuto de facilitador para arrumar tudo o que é necessário, até connosco.
Certo, certo é um facto: o que é
bom para a Goldman Sachs é péssimo para qualquer país onde esse banco tenha
interesses.
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