sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

A queda do ensino superior privado

Por privilégio ou triste sina, fiz parte do curso fundador da Faculdade de Engenharia da Universidade Católica Portuguesa - ‘Mestrado em Engenharia da Saúde’ hoje redenominado, penso, em ‘Mestrado de Engenharia Biomédica’. Como ao longo da licenciatura e pós-graduações em faculdades públicas, tive bons e maus professores e o saldo foi positivo.
Terminei o curso em 2002. Depois disso, os meus contactos com a FE da UCP foram esporádicos, chegando, no entanto, a dar aulas soltas de ‘Telemedicina’, tema da minha tese de mestrado.
Gradualmente, apercebia-me de que, embora funcionasse em excelentes e novas instalações, a escola estava em processo de degradação. A procura por parte de novos alunos decrescia, ano após ano, e a crescente falta de sustentabilidade financeira conduziu ao encerramento que o ‘Público’ anunciou.
Do fecho da referida faculdade, privada como sabemos, o prejuízo maior recai sobre os 100 alunos actuais, alguns finalistas, que não podem furtar-se ao estigma da falta de credibilidade dos cursos frequentados. Todavia, nestas coisas, e dito à portuguesa, cada um que se amanhe - pensam os decisores da tragédia.
Noutro plano, e embora o dinheiro recebido pela UCP destes alunos, e de outros ex-discentes,  o facto é que mais uma vez vão ser as instituições de ensino público, no caso a Universidade Técnica, a valer nos prejuízos morais e materiais da queda de uma unidade de ensino privada. Uma espécie de nacionalização dos prejuízos segundo o modelo de salvação de bancos. - O dinheiro dos contribuintes que avance! - ordena o Crato
Será que, com este e outros exemplos aviltantes do sector privado do ensino superior, os ignorantes técnicos, redactores de relatórios do FMI, continuarão a diabolizar o ensino público, divinizando tudo o que é privado nas estruturas de educação? Coisas de burocratas economicistas.

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