O FMI, no estilo habitual da dualidade e contradição de opiniões, é uma instituição perversa, com uma longa e triste história de desastres socioeconómicos ao redor do mundo. Tudo isto, sabe-se, obtendo ganhos financeiros elevados, condenando à pobreza milhões de seres humanos nos países que acorrem à “ajuda” da tenebrosa organização.
Em extenso palavreado, próprio do “paternalismo de agiota” do FMI, Nemat Shafik, Directora-Geral Adjunta e Presidente em exercício, além de generosos encómios ao fidelíssimo cliente Portugal, adverte:
“No entanto, a perspectiva de curto prazo é incerta, e consideráveis desafios a médio prazo económicos permanecem.”
Isto, a propósito da hipótese de regresso do nosso País aos mercados.
Em absurda referência, e depois de se deter na ‘consolidação orçamental' como objectivo supremo, Shafik disparata do seguinte modo:
“O progresso sobre o trabalho e as reformas do mercado de produtos, bem como no Judiciário, é encorajador. No entanto, as autoridades devem prosseguir com determinação as reformas estruturais para terminar numa melhoria duradoura da competitividade, crescimento e emprego.”
O ‘Público’, citando o comunicado da senhora, destaca a necessidade de “consenso social” para as reformas; as tais, discutidas em ambiente censório no Palácio Foz, do corte de 4 mil milhões de euros em despesas do Estado Social.
O que esta senhora diz é dissonante em relação às críticas da austeridade que, de volta e meia, se soltam da boca de Lagarde. Porém, no FMI prevalece a regra do discurso divergente, em função do orador. A ode à ‘competitividade, crescimento e emprego’ é o tal ‘amanhã que não canta’
Chega de Shafik!, e portanto “shafico-me por aqui”.
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