Fonte: ‘Público’
As remessas de emigrantes portugueses, informa o Banco de Portugal, aumentaram 12,60% de Janeiro a Outubro de 2012, relativamente ao período homólogo de 2011.
Trata-se de informação positiva, todavia incompleta e não ponderada. Suscita-me dúvidas e preocupações. Salta à vista, de imediato, a ausência do Brasil do quadro publicado – anunciava a RTP, em 5-Dez-2011, que, apenas, durante o 1.º semestre do ano, haviam emigrado 50.000 portugueses para aquele destino – estes fluxos de emigração eram compostos em parte significativa por mão-de-obra qualificada, usufruindo salários 85% mais elelvados do que em Portugal.
Parece-me necessário cotejar o comportamento das remessas com a evolução da emigração no mesmo período; contudo, e apesar da qualidade dos trabalhos apresentados, nem o Observatório de Emigração dispõe, por enquanto, de dados tratados relativos ao ano de 2012 ou parte deste.
Do aparente ganho financeiro, o único que interessa ao financeiro sem escrúpulos sociais Gaspar, o País, no presente e a termo sairá perdedor, dada a intensidade da vaga de emigração. Bem sei que através destas saídas expressivas, o governo vê diminuída a taxa de desemprego.
Em súmula. como ao financeiro interessa apenas o dinheiro, desprezar o futuro e o desenvolvimento de Portugal não é problema. – Os mais inteligentes que emigrem! – prescreve o trapalhão Mira Amaral.
Através de fundos públicos, Portugal suportou os encargos de formação académica e profissional (estágios) de muitos dos emigrantes da nova geração, agora dedicados ao trabalho e desenvolvimento de outros países.
O envelhecimento do tecido social nacional regista considerável aceleração. Segundo a OMS, em 2010, mais de 24% da população portuguesa tinha mais de 60 anos, ao passo que jovens até 15 anos de idade totalizavam, apenas, 15%.
Seguir a teoria da zona de conforto dos famigerados Mestre e Relvas, ratificada por Coelho, comporta a consequência de fomentar o atraso e a pobreza do País.
O exímio produtor de erros e desgraças, Gaspar, poderá ficará contentinho com este ilusório benefício de dinheiro a entrar. O certo, porém, é que as remessas dos emigrantes sobem, mas Portugal desce.
(Nem sequer detalhamos o problema de 28% de taxa liberatória sobre depósitos a prazo serem um incentivo à quebra de remessas, pelo menos a partir de países com um sistema financeiro menos problemático).
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