O subconsciente, espesso e abarrotado
de demagogia, danos, infâmias e sofrimentos causados por políticos
falsos, ignorantes e alarves; esse subconsciente, recheado de expressões
de comentadores de verve e mentiras fluídas; esse subconsciente, rasurado por
escritos de colunistas de massa encefálica banhada do líquido estonteante e
sobrante da destilação de cereais e malte; esse subconsciente, atravessado pelo
burocrata das finanças, sem discriminações de esquerda ou de direita, que é
executante zeloso e orgulhoso de processos de insolvência e falência; esse
subconsciente, usurpado pelo banqueiro (ou superbancário?) a dizer ao ‘Zé
Povinho’: “Ai aguenta, aguenta…”; esse subconsciente, dominado pelo ar sisudo
e distante de outro também banqueiro, penteado com o auxílio de ‘Breelcream’, de
brilhantina ou de pasta do género; esse subconsciente, invadido por quem foi
ministro e fala a cuspir;… esse subconsciente, que é o meu e igual ao de muitos
milhares de concidadãos, uma vez terá a oportunidade de, em sonho breve
que seja, nos libertar dessas burlescas e funestas criaturas, transportando-nos
por instantes a Mozart, para o gozo de ‘Eine Kleine Nachtmusik’ (Uma Pequena
Música de Noite). Quando?
Sem comentários:
Enviar um comentário