Fonte: ‘Público’
Há sempre uns tantos entusiastas com o governo a entoar o ‘Hino da Alegria’, em reacção a falácias e à propagação de mensagens propagandísticas. Desta feita, escolheram a fundação e queda de empresas, segundo dados fornecidos pelo Ministério da Justiça.
O facto de, em 2012, o número de sociedades criadas ter excedido em 1.448 o total das extintas (29.311 versus 27.683) não pode usar-se como informação completa. Impede a avaliação séria e confiável do ponto de vista socioeconómico.
Uma unidade da ‘Delphi’, no Norte do Alentejo, ao encerrar, remeteu para o desemprego cerca de 900 trabalhadores. Estes, em grupos de 2 a 4 indivíduos, decidiram abrir cerca 40 pequenas empresas, com uma média de 5 trabalhadores, cada. Na maioria dos casos, dedicadas à restauração e comércio a retalho – sabe-se que, entretanto, já desapareceram uma dezena desses pequenos negócios e outros caminham para esse fim, em passo acelerado.
O caso citado, além de real, é infelizmente replicado com frequência no território nacional. Conclui-se, pois, que o número de postos criados ficam sempre muito aquém dos eliminados – donde resultam os aumentos desemprego e as quebras do PIB?
A análise comparativa de aberturas e encerramentos de empresas só é fiável, portanto, se completada e equacionada com os impactos no desemprego, na evolução da emigração de jovens qualificados e ainda os efeitos em metas macroeconómicas (valor acrescentado nacional, exportações, substituição de importações ou, numa palavra, nas contas externas).
Quarenta chafaricas, de negócio familiar e local, não compensam a perda de actividades de elevado valor tecnológico e vocacionadas para o mercado externo, directamente; ou indirectamente, como sucede com unidades fornecedoras da Auto-Europa que já iniciaram um processo de liquidações e/ou despedimentos, dos quais na imprensa não se tem feito o eco que se justicaria.
Sobretudo é na evolução do desemprego que está o busílis, embora a emigração dê uma ajuda a curto prazo e complique o futuro do País no futuro.
Sobretudo é na evolução do desemprego que está o busílis, embora a emigração dê uma ajuda a curto prazo e complique o futuro do País no futuro.
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