O Presidente da República, usando o dom da ubiquidade no discurso de Ano Novo, esteve em simultâneo nos dois lados da barricada: aliou-se ao governo através promulgação do OGE de 2013 e através da fiscalização sucessiva satisfez parte significativa dos opositores às medidas orçamentais, da direita e esquerda. Velhas ‘cavaquices’.
A comunicação também não desfez qualquer tabu. O ‘Expresso’ havia anunciado há semanas a decisão de promulgação e pedido de fiscalização sucessiva ao Tribunal Constitucional. Já sabíamos tudo, portanto. Resta-lhe o segredo das normas a invocar ao TC.
Se tão crítico quanto à dura austeridade do governo, agudizada substancialmente através do orçamento promulgado, as decisões do PR estão feridas de grave contradição.
Cavaco, desde ontem, é óbvio coautor da punição de milhares de famílias portuguesas e da ‘espiral recessiva’ que curiosamente criticou. Tentou ludibriar-nos com a inevitabilidade da promulgação maldita, catalisadora, aliás, de mais desemprego e de falências a eito, bem como do êxodo massivo de portugueses; desta feita, integrando um exército de jovens superiormente habilitados.
Ao recusar a hipótese da fiscalização preventiva, aumentou a probabilidade de expor os portugueses ao risco de deliberação do Tribunal Constitucional, a favor da aplicação do orçamento inalterado. Será surpresa que os juízes do TC, sob o argumento da jurisprudência do deliberado em 2012, venham a deixar intacto o OGE de 2013, recomendando ao governo que não repita as medidas em 2014?
Digam o que disserem os indefectíveis cavaquistas, e comentadores alinhados, o Presidente da República usou, uma vez mais, o sórdido método de hipócrita contradição para posteriormente nos dizer:
“Eu bem avisei, quando promulguei o orçamento…”
Cavaco Silva sugere que o governo obtenha apoio dos parceiros (?) de Bruxelas e da UE em geral, a fim de redireccionar a acção governativa para políticas de ‘crescimento económico’.
Cavaco não ouviu o que a Sra. D. Merkel disse há dias e as directrizes em defesa de agravamento da austeridade em 2014 do Sr. Oli Rhen. Portugal está, definitivamente, condenado a um crise sem limites temporais e outros à vista.
Cavaco é conivente nesta desgraça…desde os 10 anos de PM. E insiste em continuar a sê-lo na PR.
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