quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Da Economia às Finanças, da Seriedade à Falácia

Desde o ‘post’ que aqui publiquei sob o título “A euforia do endividamento nacional”, não estanca, antes dilata, a vontade de  desmontar ‘a ruidosa de propaganda’ do governo e apoiantes, pelo tão festejado regresso aos mercados. 
Mobilizados pelos respetivos aparelhos, hoje nos comentários da TV aos jornais, dá-se conta de “velhas doidas, cronistas, aldrabões e galifões, a ver a entrada das vacas depois dos forcados que não pegam nada.”
A fim de nos poupar de disparates e opiniões de ignorantes, seria aconselhável que, por exemplo, lessem “The  Origin of Financial Crises”  de George Cooper, edição de Vintage Books, NY. Percebiam, então, as diferenças cruciais entre:
 
“Sistema Financeiro” e “Sistema Económico”, ou
“Finanças” e “Economia”, ou ainda
“Economistas” e “Financeiros”.
 
Compreenderiam igualmente que, a despeito e por efeito dos  sucessos de financiamentos externos que este governo reparte com Sócrates, Barroso, Guterres e Cavaco, segundo  dados acabados de divulgar pelo EUROSTAT, depois da Grécia (152,6%) e da Itália (127,3%), somos o 3.º país da UE a 27 com a maior dívida pública (120,3% do PIB).
Igualmente entenderiam que a quebra do PIB de –0,2% da ‘zona euro’, estimada hoje pelo FMI, não é especialmente animadora, sobretudo caso se tenha presente a estimativa de –1,9% do Banco de Portugal para 2013.
Se financeiramente, com o recurso a  adiamentos, reprogramações e a contracção de novos empréstimos, resolvemos as situações de tesouraria, já na Economia continuaremos a sofrer a dureza da espúria austeridade, com reduções do PIB (-3,5% no último trimestre de 2012) e taxa de desemprego em crescendo, a partir dos 16,3%, (hoje soube-se que a ‘Rádio Popular’ vai despedir mais de 50 profissionais). E quanto a insolvências?
Fiquemos por aqui, porque a hora é de festa. Há foguetes de fogo fátuo no ar.  

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