Nas concepções ideológicas do neoliberalismo, tão caras ao actual governo, o Estado, em todas as frentes, deve renunciar às funções de defesa de imperativos direitos da cidadania, incluindo os inerentes ás tradicionais políticas sociais da sua competência: ensino, justiça, saúde e protecção do emprego.
Ressalvo que, ao dizer todas as frentes, estou a cometer um erro de palmatória. Há excepções. A recapitalização da banca é a mais flagrante, ao ponto dos milhares de milhões emprestados pela ‘troika’, a pagar pelos contribuintes, serem consignados em exclusivo ao sistema bancário. Como em Espanha, na Irlanda e no Chipre. O porquê daria pano para mangas.
Pedro Motas Soares, cujas declarações ao ritmo de solavancos e entropias já o torna desagradavelmente audível, acaba de extinguir 400 postos de trabalho num ‘call center’ da Segurança Social em Castelo Branco, por cessação do contrato com a empresa RH+, de trabalho temporário.
Quatro centenas de precários, mais apropriado serem designados como objecto de ngecócio de ‘negreiros’, vão engrossar a lista extensa de desempregados. Trata-se de uma medida que ratifica práticas anteriores do atentado social que há anos vigora sob esse ignominioso anátema do ‘trabalho temporário’.
Certamente a mando da superestrutura, o Instituto de Segurança Social, esses vetustos serviços da Praça de Londres, em Lisboa, e órgãos conexos garantem a continuidade do serviço por meios internos.
Argumentem o que a exígua imaginação lhes permite. Mas, a verdade é que serão mais 400 cidadãos no desemprego. Muitos deles jovens, sem recursos e sem rumo. Talvez a emigração, como incentiva o governo; porque, de pobres em mais pobres se transformarão, em respeito pelo elevado desígnio de Passos Coelho: o empobrecimento generalizado dos portugueses.
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