O País agiganta-se e agita-se no futebol. Sofre com os episódios adversos do jogo, rói as unhas e finalmente festeja com exuberância e ruído os golos do Ronaldo. Engoliu, entretanto, umas “bejecas”, mete-se no carro e vai de buzinar e gritar a felicidade, rua fora. É assim nas aldeias, vilas e cidades deste lindo ‘Portugal’, como diria o Leal.
O futebol, naturalmente, é um escapadela da crise. Congelam-se os pensamentos em dificuldades, a bola rola e a malta entusiasma-se. Normal. Nem vem mal ao mundo. Ele já cá está e, na alucinação, consomem-se menos antidepressivos, que o governo já raciona, e espantam-se os nervos com uns copos. Sem receita médica, nem comparticipação. Paciência Zé!, vale pelo que nos sabe.
As euforias futebolísticas, porém, não nos devem fazer esquecer as mensagens dos nossos preclaros governantes, como: “o mundo é muito competitivo”. Há, pois, múltiplos campeonatos no universo. Ao invés do futebol, em algumas dessas competições, estamos na segunda divisão. É o caso do campeonato do ‘tráfego sexual e trabalho forçado’. No relatório do Departamento de Estado dos EUA, anual, apresentado por Hillary Clinton, é revelada a nossa posição - os EUA, diga-se, não têm legitimidade para criticar este tipo de problemas humanos e sociais, se observassem, com isenção, o que se passa na sociedade norte-americana, em termos de direitos básicos de cidadãos, sobretudo de crianças.
É verdade, em tal prova, estamos mesmo na 2.ª divisão. Da ‘Zona Euro’, temos a companhia da Grécia, Hungria e Irlanda. Tudo povos enfraquecidos pela moeda e castigados pela dureza da vida.
(Adenda: Há dias a comunicação social noticiou este caso de escravatura moderna, praticada por uma empresa portuguesa)
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