A história dos 100 mil milhões foi mal contada por Rajoy e Guindos; em suma, o governo espanhol. Todavia, demais falácias e omissões marcaram a narrativa. O adágio popular sentencia: “A verdade é como azeite: vem sempre ao de cima”. Nem mais. Hoje, o insuspeito ‘El Mundo’, pró-governamental, faz soar de novo o sinal de alarme, ao anunciar em antetítulo e título:
Piora a situação da bancaA morosidade chega a 8,7% dos créditos duvidosos da banca e superam os 150.000 milhões de euros
No texto da notícia, pode ler-se:
A morosidade soma-se aos empréstimos em risco de incobrabilidade. Os créditos duvidosos do sector situaram-se em 152.740 milhões de euros em Abril, uns 32% mais do que os 115.299 milhões contabilizados no mesmo mês de 2011, e uns 840% mais – nove vezes mais – do que os 16.251 milhões registados em 2007, justamente antes da crise.
Muitos comentadores conservadores respiraram de alívio com a vitória da ‘Nova Democracia’ na Grécia. Outros, de esquerda, lastimaram o segundo lugar do ‘Syriza’. Ambos estão equivocados. O dramático problema do ‘euro’ resolver-se-á sob pressão colectiva dos países sob resgate ou em risco de resgate, independentemente da tonalidade dos partidos do governo – Espanha e Itália incluídos. É uma questão de soberania, supra-partidária portanto. Há que enfrentar a Sra. Merkel, o Sr. Schäuble e controlar os mercados, em vez destes ameaçarem os interesses legítimos dos povos.
Altivos, alguns políticos do país vizinho têm-se juntado ao idiota coro do: “Não somos a Grécia”. Trata-se daquilo a que se poderá chamar uma “frase feita” com que se ludibriam as populações; todavia, é esforço incoerente. Contrariamente aos desígnios da propaganda, a esperada estabilidade derivada do resultado eleitoral helénico não é, afinal, antídoto nenhum para a ‘Zona Euro’; não constituíu, por exemplo, a ambicionada terapia para os juros de dívida de Espanha. Continuaram em evolução ascendente, tal como os de Itália.
Por cá, o PSD, pela voz do vice-presidente parlamentar, António Rodrigues, assumiu: “A Europa vai poder respirar de alívio”. “Qu’ alivio, sôr deputado! No caso de Portugal, será dos subsídios de férias e de Natal retirados e de outras injustiças governamentais sobre milhões de portugueses?
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