Fiquei abismado com as declarações proferidas por Passos Coelho, na jantarada da Câmara de Comércio Luso-Alemã: “os portugueses já não estão perante o abismo”, disse. Entre sudetas, sê sudeta.
A população portuguesa vive o período mais negro do período democrático. O PM, desqualificado politicamente, insensível, vesgo, surdo e demagógico, opta por dourar a pílula.
Um caso: o desemprego é elevado e continuará em via ascendente – cerca de 16% em 2013, segundo previsões do governo. Até a própria ‘troika’ – hipocritamente, eu sei – se mostrou preocupada na declaração de avaliação do programa que o desencadeou.
Todavia, registe-se, o PSD, principal partido do governo, fala a duas vozes. Dissonantes, obviamente. Manuela Ferreira Leite, ao falar em Setúbal, considerou que a consolidação das contas públicas devia ser feita de forma "mais lenta, mais pausada, para não se matar o doente com o tratamento".
Quando Passos imagina um País afastado do abismo, Ferreira Leite adverte que a violência do tratamento poderá matar o doente, esse mesmo País.
Alguma dúvida de que a razão está com Ferreira Leite? Apesar de discordar dela em muitas ocasiões, há momentos de evidências incontestáveis.
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