Ambos foram ministros das finanças. Medina Carreira, entre 1976 e 1978, com Mário Soares em primeiro-ministro. Miguel Cadilhe, de 1986 a 1989, sob a chefia de Aníbal Cavaco Silva.
Ambos tiveram em mãos as contas do país e, analisadas as prestações, não têm motivos para festejar grandes méritos nos desempenhos. Conquanto, sujeitos a conjunturas distintas.
Medina, de 1976 a 1978, consentiu a subida de 72,03% das despesas públicas efectivas (*), em comparação com o aumento de 58,98% do PIB (*), a preços correntes.
Cadilhe, beneficiário afortunado de uma primeira e considerável injecção de ‘fundos comunitários’, registou um acréscimo, entre 1986 e 1989, de 57,65% nas despesas públicas efectivas, compensado por um aumento de 66,16% do PIB (*), no decurso do mesmo período.
Os valores macroeconómicos do tempo de Cadilhe, em termos de PIB, foram fortemente alavancados pelas obras públicas cavaquistas, sob a batuta de Joaquim Ferreira do Amaral, hoje administrador da ‘Lusoponte’ com a qual o Estado estabeleceu a primeira ou uma das primeiras PPP’s. Nessa época os investimentos na produção de bens transaccionáveis não faziam parte do glossário cavaquista.
Os dois ex-ministros citados compareceram na AR para uma conferência organizada pela Comissão Eventual para Acompanhamento das Medidas do Programa de Assistência Financeira a Portugal.
O regime pós-25 de Abril, é óbvio, foi capturado por um exército de gente deste género, co-responsável pela crise desde longa data, que Medina e Cadilhe representam e integram com pompa e desmedido atrevimento.
Um, Medina, vê riscos (?) de precariedade onde a mesma já existe e em força. Outro, Cadilhe, alinha pela voracidade fiscal: lançar mais 4% de imposto extraordinário sobre as castigadas famílias e empresas.
Que dupla! Podíamos chamar-lhe ‘Medina & Cadilhe – Precariedade e Impostos S.A.’ - especialidades que os portugueses não conhecem.
(*) Dados recolhidos daqui (Estudo da Prof.ª Eugénia Mata da UNL).
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